Valeu a visita!

Daqui pra frente, divirta-se trocando ideias comigo.
Conheça meu outro blog: http://everblogramatica.blogspot.com.br

quarta-feira, 12 de junho de 2013

No limite

"Ando tão à flor da pele, que qualquer beijo de novela me faz chorar. Ando tão à flor da pele, que teu olhar 'flor na janela' me faz morrer. Ando tão à flor da pele, que meu desejo se confunde com a vontade de nem ser. Ando tão à flor da pele, que minha pele tem o fogo do juízo final". Esta música do Zeca Baleiro (Flor da Pele) hoje me faz pensar em uma série de coisas que ainda estou vendo acontecer. E exemplos delas tem aos montes. Todas relacionadas a limites.
 
Todos sabem que música e futebol são duas paixões antigas que eu alimento. Uma eu gosto de ouvir e tocar. Outro eu gosto de ver e jogar. Algumas cenas no futebol ilustram bem a falta de percepção dos limites. De muitas possíveis, acho muito engraçado quando um jogador se empolga com uma boa jogada e quer logo emendar outra na sequência. Muitas vezes, seja na linha lateral ou na linha de fundo, ele não enxerga que o campo acabou e só percebe o fim do campo depois que de ver a linha branca final passar.
 
Se acontece no campo, acontece em todo lugar, inclusive na escola. Com meus alunos não é diferente: diariamente eu preciso trazer alguns de volta à realidade. Ora pelo fato de se distraírem demais e perderem a noção da quantidade, ora por se dispersarem demais e se desligarem a noção do espaço, ora por serem adolescentes demais e perderem de vista suas responsabilidades. Muitas vezes se colocam tão intensamente ou tão hipotensamente em algumas questões, que a gente tem de dar uma chacoalhada pra repor as coisas nos eixos.
 
O incômodo é quanto o exemplo somos nós mesmos. Aí o bicho pega de tal jeito, que deixa a gente andando à flor da pele. Tanto, que a gente é capaz de chorar com beijo de novela, sentir-se não ser, ter vontade de nem ser e de sentir a pele com o fogo do juízo final. Sim, isso tudo quando não notamos os limites das coisas, das ações, das palavras... o limite da gente. Ultrapassá-lo ou não é quase um detalhe fatal, como canta o Zeca na mesma música: "às vezes me preservo, outras suicido".

Nenhum comentário:

Postar um comentário