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sexta-feira, 19 de abril de 2013

Você sabe como é

"Morando em São Gonçalo, você sabe como é" é um verso da música Pretinha, cantada por Seu Jorge - um artista que aprendi a admirar desde o cinema, quando participou do inesquecível Cidade de Deus. Com sua inconfundível voz e com o gingado que imprime em suas músicas, é difícil não dar atenção à sua arte. Já tive o privilégio de assistir a show dele e, confesso, naquele dia ele estava politizado demais e parecia querer expor todas as críticas possíveis ao governo e a tudo que é responsabilidade social não cumprida. Inclusive ao que ele mesmo critica nesta mesma música Pretinha: "a ponte engarrafou", "o orelhão tava quebrado".

O verso a que me referi remete a um certo conformismo que todos nós, cidadãos, abraçamos devido ao cansaço resultante de tanta indignação contida, de tanto pedido inaudito, do acúmulo de tantos grãos de desesperança. Tem uma hora em que precisamos nos dar conta de que não dá mais pra gente se esconder atrás do "você sabe como é", porque saber como é e não fazer nada (a despeito de certo grau de conformismo) é ser conivente, é ser cúmplice, é ser negligente. Então tem hora em que é preciso parar de parar de agir.

Entretanto, há outros recantos desta nossa vida que querem nos carregar como a folhas ao vento intenso, como água tubulada, como queda de cachoeira, como qualquer coisa que cede à inexorabilidade, que se vê levada para um lugar que nós sabemos qual é, sabemos que é ruim... e sabemos que não conseguimos evitar. Mas é preciso. É preciso parar, assumir o controle, colocar o 'não!' pra fora e retomar o curso da nossa história.

Faltava isso ao meu grande amigo, o FG. Depois de alguns dias, de algumas consultas, de muitos conselhos, ele percebeu que a vida dele estava naquela esteira do inevitável caminho até o estresse severo que iria travá-lo de vez ou descompensá-lo de uma vez por todas. Graças à nossa intervenção, ele reconheceu que precisou parar um pouco. Antes de começar tratamento, foi sábio ao pedir alguns dias de afastamento para descansar, para pôr a cabeça em ordem. Porque, se a gente não parar, você sabe como é.

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