- Gosta de pichação, Ever?
- Pergunta difícil, FG. Muito difícil de responder, porque tem de se considerar muita coisa pra poder dar uma resposta mais ou menos equilibrada.
- Ih, caramba, não quis complicar... só puxar papo.
- Manda bala, rapaz, e deixa de frescura. Sabe por que eu acho difícil? Porque se a pichação estiver no muro do outro ou da prefeitura, nós olhamos e falamos (se for bonita, é claro): 'nossa, que legal!', 'que criativo', 'que letra interessante que esse cara fez!' etc. Agora, se for no muro da nossa casa, são outras palavras que usamos... e nem tão educadas assim, por mais bonita que seja a pichação, não é?
- Verdade, mas eu só queria um negócio mais simples. Só queria te falar uma frase que eu vi escrita num muro quando ia pro trabalho hoje.
- Legal, FG. A frase te marcou?
- Pra caramba. Tô pensando nela até agora.
- Olha aí um lado super positivo da pichação: dizer o máximo com o mínimo. Mas me diga, rapaz, que que estava escrito no muro?
- "A morte faz parte da vida. Ou será o contrário?"
- (...)
- !!!
- ???
- É... é...
- Então, Ever?
- Não sei, FG. Nunca pensei nisso, não. Já pensei em várias polêmicas, mas essa daí...
- Nem a história do ovo e da galinha me incomodou tanto?
- Que história, FG?
- A de saber quem nasceu primeiro.
- Ah, mas essa aí, apesar de ser uma discussão muito boa, incomoda menos a gente porque praticamente não diz respeito a nós mesmos. Agora saber se o que vivemos agora são os passos de uma morte que virá certeira, ou saber se a morte que certamente virá é parte integrante da nossa vida toda... aí, sim, é uma discussão muito polêmica.
- (...)
- ???
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