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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Da gente no outro

- FG, deixa eu te falar uma coisa muito, mas muito bacana que me aconteceu esses dias, rapaz. - introduzi assim o assunto que eu queria compartilhar com meu amigo naquela mesa de bar. -  É que durante a semana, tive uma experiência marcante. Na verdade, toda semana tem. Acho que sou um privilegiado. E não precisa ser grande para ser significativo. Mas aquela foi. Mal havia terminado de fazer minha proposta, recebi uma resposta direta e interessada:

- Opa! Manda aí, Ever!

- Pois é, FG. Segunda-feira é um dia complicado pra gente no trabalho, porque, apesar de bem importante, é bastante cheio e cansativo. A gente sempre sai de lá quase 21h. Eu vinha chegando quase ao estacionamento, quando me deparei com alguns rostos bem conhecidos, mas que eu já não via há mais de 10 anos.

- Já sei, Ever. Deu aquela disfarçada para lembrar quem era quem, não foi?

- Nada, rapaz. Graças a Deus, tenho essa condição de guardar por um bom tempo o nome dos alunos associados às suas fisionomias. E (acho que aí já é doideira) muitas vezes lembro o número de chamada do aluno, bem como dos colegas da classe.

- E aí, quem era dessa vez?

- Um grupo de meninas, FG, que foram minhas alunas num 2º ano de Ensino Médio. Ensinava Literatura pra elas. O mais legal não foi nem lembrar de vários acontecimentos que marcaram a turma delas naqueles anos.

- Que que foi?

- Uma delas se lembrou que na primeira experiência de apresentação de seminário delas (que foi fraca, porque nunca tinham feito isso na escola de onde haviam vindo), eu fiz um comentário sobre o que foi bom na apresentação do grupo. Preferi não expor as falhas, mas destacar o quanto articularam bem as palavras e o quanto mostraram uma boa dicção.

- Legal, Ever.

- Ela veio revelar isso 11 anos depois. Veio me dizer o quanto aquele (já antigo) gesto foi importante, porque o momento tinha tudo para ser um fiasco, que seria acrescentado pelos meus comentários potencialmente ruins. Mas, por uma iluminação divina, aconteceu diferente.

- E o que mais, Ever?

- Ela falou uma coisa simples, mas tão significativa, FG, que foi a vez de ela me marcar: ela disse que o importante na vida é que a gente carrega marcas das pessoas. Mesmo sem querer, a gente marca e deixa marcas para sempre.

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