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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Dose

- Rapaz, você viu esse programa Medida Certa do Fantástico, que tem o Ronaldo (Fenômeno) tentando a todo custo perder peso?

Nosso assunto era a preocupação das pessoas em estar numa medida que agrada aos outros. Com sua visão ácida das coisas, meu amigo logo respondeu, na lata:

- Vi, sim, Ever, e é engraçado que ele até pareceu perder uns quilinhos, né? Mas agora, meu, parece que ta tudo gordo de novo, não parece?

- É. Eu tenho essa mesma impressão, FG. Mas me chama a atenção o nome do programa: "Medida Certa". A gente fica tão preocupado com esse diabo de medida certa, rapaz, que até esquece de perguntar: certa pra quem? Certa com que parâmetro? Certa até quando?

FG percebeu minha indignação com o tema, mesmo sabendo que eu sou o tipo do cara que normalmente é regrado e procura fazer as coisas em sua justa medida. Claro que me dou o direito de quebrar as regras de vez em quando, de fazer umas bobagens que estão fora da medida. Mas isso é raro e é mais em instância privada do que pública. Vendo meu semblante se transformando e pondo a boca já na conformação de mais uma resposta ácida em relação àquilo, FG logo tratou de tomar a palavra para mudar o assunto.

- Então... eu fico pensando num monte de coisa que a gente tem de ter como certa, mas que muitas vezes sai errada. Tem hora que sai pra mais, tem hora que sai pra menos.

- Pois é, FG. Pensa numa situação em que alguém precisa corrigir um erro de uma pessoa. Se nessa missão, a bronca for leve demais, provavelmente, não vai surtir efeito, quer dizer, não vai resultar na correção pela pessoa. Se, porém, a bronca for intensa demais, o resultado vai ser ainda pior, porque além de não surtir efeito, a pessoa ainda vai ficar bem (bem) magoada, chateada etc.

Tinha razão o meu amigo. Outra vez. Como sempre, aliás. Emendei outra situação em que é necessário ficar muito atento com  a tão "medida certa".

- Concordo, FG. O mesmo acontece numa discussão entre amigos, entre namorados, entre companheiros de trabalho. Se na hora mais acalorada da discussão um dos dois perder o controle e começar a falar mais do que deve, em volume mais alto do que deve, com agressividade maior que o suportável, muito provavelmente, a discussão já deixou de ser isso e passou a disputa pessoal por território verbal, uma disputa que pode ser mais para os outros do que para os envolvidos na discussão.

Eu não esperava, mas esse meu camaradíssimo me saiu com mais uma pérola, quando me disse:

- Olha, Ever, não são só as coisas ruins, não. Um elogio maior do que se deve fazer, com certeza, vai despertar desconfiança. Uma motivação maior do que deve pode deixar o outro com vergonha e tímido, em vez de deixar o cara mais confiante. Quer dizer: até o que pode ser considerado 'bom', se for demais, estraga.

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