Valeu a visita!

Daqui pra frente, divirta-se trocando ideias comigo.
Conheça meu outro blog: http://everblogramatica.blogspot.com.br

sábado, 27 de abril de 2013

Uma questão obnubilada

"Mas é claro que o Sol vai voltar amanhã mais uma vez. Eu sei", canta Renato Russo em uma de suas músicas que tentam animar os jovens, especialmente com o refrão: "quem acredita, sempre alcança". Se por um lado é verdade que realmente o Sol vai brilhar amanhã mais uma vez, por outro não é muito verdade que ele "vai voltar". Isso porque ele não se vai. É um movimento nosso que nos afasta do seu brilho.

Fico aqui pensando em como, quanto, tantas e várias vezes a gente se enche de nuvens cheias, densas e negativamente carregadas. Às vezes elas se movimentam rápidas, lépidas e oportunistas sobre nós. Outras, nós mesmos, consciente ou inconscientemente, nos refugiamos em seu interior, por medo, timidez, insegurança, fotofobia ou seja lá o que for. Seja lá também o que forem as nuvens: cada um tem a sua. Ou as suas.

Como seria bom se, ao final de cada dia, banhados pela luz artificial de Thomas Edson (que tinha medo de escuro), a gente pudesse ouvir a "moça do tempo" dizendo com precisão o que ia acontecer no tempo da nossa vida no dia seguinte. Se ia fazer sol, se ia chover, se o tempo ia ficar nublado, se ia ter chuvas esparsas ou pancadas de chuva, enfim: seria bom se a gente soubesse com antecedência.

Será mesmo? Acho que não. Acho que seria mais uma forma de transferir a responsabilidade. Do mesmo modo que o é quando dizemos ser o Sol quem vai e quem vem. Também seria transferência de responsabilidade dizer que "amanhã vai chover". Sei não: tenho pra mim que é a gente que faz chover. É a gente que faz ensolarar. Esta me parece uma questão obnubilidada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário