Valeu a visita!

Daqui pra frente, divirta-se trocando ideias comigo.
Conheça meu outro blog: http://everblogramatica.blogspot.com.br

terça-feira, 13 de novembro de 2012

O perde-ganha

Fred Mercury, uma das vozes mais respeitadas do mundo, um dos compositores mais inteligentes, um dos músicos mais brilhantes que este mundo já viu, ao cantar "Love of my life", uma das músicas que são a própria identidade do Queen - sua banda -, implora: "bring it back, bring it back. Don't take it away from me because you don't know what it means to me".

É fato que o mundo canta essa música. Os cinco continentes, bilhões de pessoas conhecem "Love of my life" e cantam suas perdas. Seja lá do que for, a perda é uma experiência que machuca a quem tem um mínimo de sensibilidade. Qualquer subtração da gente, sobretudo, quando é súbita, sempre desestabiliza. E até conseguirmos botar o trem nos eixos de novo, demora. E quando conseguimos, as estrias restantes, as cicatrizes falantes provocam chacoalhes na estrutura da locomotiva.

Eu, por mim, suporto perder muita coisa. Muita mesmo. (Só não suporto mesmo é perder tempo). Feliz ou infelizmente tenho uma boa capacidade de me readequar à perda e de reajeitar a vida com aquele novo vácuo, como quem se habitua à fisgada do músculo de um membro que já não existe mais no corpo. Aprendi desde cedo - perdi pessoas, perdi oportunidades -  e hoje estou um pouco mais calejado em relação a isso.

Claro que a possibilidade de perdas ainda me traz algum receio. Mas a possibilidade de voltar a ganhar é maior do que a vontade de chorar perdas. O desejo de sorrir e de brilhar é maior do que o de me encapsular. O combustível que é a esperança me movimenta mais do que o veneno de ficar lamentando uma perda e implorando que a coisa perdida seja trazida de volta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário