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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Despertar para a vida

Amigos, parem tudo.
Acabo de chegar de um show do JotaQuest, banda mineira que admiro muito. Tive o privilégio de estar praticamente na cara da banda, de admirar o excepcional baixista PJ e de cumprimentar o Rogério, vocalista. Há tempos não curtia tanto um show: cantei (alunos, estou rouco para  a aula de daqui a pouco), dancei, pulei. Vivenciei cada momento do show.

Mas nem um momento do show (nem um mesmo) foi tão inesquecivelmente maravilhoso quanto o que vou narrar. O evento se deu em comemoração aos 21 anos de existência da Fundação LaraMara, que cuida da melhoria da qualidade de vida de pessoas com severa deficiência visual. Começou pequenininha. Hoje atende o Brasil. Dá sentido à vida de muita gente. Coloca pessoas cegas no mercado de trabalho. Dizem eles que o melhor da vida não é visto com os olhos, mas com o coração. Afinal, beija-se de olhos fechados. Abraça-se de olhos fechados. Fala-se com Deus de olhos fechados. Suspira-se profundamente de olhos fechados. E por aí afora.

Quando o vocalista desceu do palco para falar com Lara, a inspiradora da instituição LaraMara, e ela se propôs a subir no palco e tocar a música FÁCIL na bateria, a banda não teve dúvida. Na hora de executar a referida música, ajudada, aquela moça linda, completamente cega (desculpem-me os politicamente corretos: completamente deficiente visual), enfim: aquela moça completamente cega, ajudada, pulou a grade e foi levada pelo próprio baterista ao centro do palco e sentou-se no banco atrás da bateria. Sentiu o espaço, mediu a distância dos pratos, da caixa, do bumbo etc.

Daí foi só a banda dar o acorde de Sol maior. E ela começou: tocou tão espantosamente bem, que, de olhos fechados, não se diria ser uma moça cega tocando a bateria. Rapaz: aquilo foi um gesto de amor profundo. Amor à música. Ao momento. À pulsação da vida. À superação. À super-ação. E fiquei eu pensando: cara, que ridículo que sou quando me limito a fazer certas coisas. A manifestação de amor da Lara foi um despertar de vida em mim. Como disse ontem: amar é despertar a vida. Na gente. Nos outros.

(PS: desculpem pela visualização do texto de ontem: falha minha. Mea culpa, mea maxima culpa)

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