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domingo, 25 de novembro de 2012

Do brilho

"Nobody knows where you are, how near or how far. Shine on you crazy diamond" são versos que compõem uma das mais bonitas músicas do Pink Floyd. Ela foi escrita em homenagem a um dos membros da formação original da banda - Syd Barrett - que, apesar de sua genialidade ou em razão de sua genialidade, escolheu percorrer intensamente caminhos que trouxeram escuridão ao brilho que dele emanava. Não se sabia mais se aquilo que dele se via era ele perto ou ele longe. Era um "ele" sem luz.

Como as coisas podem parecer simples e serem tão imensamente complicadas? Todo mundo sabe que a nossa vida é o resultado das escolhas que fazemos a cada momento. Todo mundo sabe quando corre riscos que vale a pena correr... e sabe os riscos que podem ser fatais. Talvez resida aí o problema: saber todo mundo sabe, mas muitas vezes o saber e o querer não falam a mesma língua. Suplantando a razão, a vontade se faz prevalecer e dá a algo um brilho extremamente intenso, capaz de cegar a razão... um brilho que redundará em escuridão.

Nisso tem algo de paradoxal, tão paradoxal como a beleza do canto das sereias, que emudece por completo a voz de alguém que apostou nele a possibilidade de brilhar mais. Parece loucura, mas a escuridão iminente que abocanha a vida de alguém se disfarça de objeto brilhante e irrecusável justamente para tirar o brilho daquele que se curva aos seus pés.

É curioso ver como luz intensa ou ausência de luz fazem a nossa vista ficar debilitada, tão depauperada que se torna incapaz de saber o que está subjacente. Daí decorre que o cérebro vai interpretar aquilo apenas com as informações de que ele dispõe - razão pela qual muitas vezes alguém deixa de brilhar como diamante e passa a ser pedra comum. Tão comum, que ninguém mais sabe onde ele está, quão perto ou quão longe. Assim como Syd Barret.

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