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sábado, 3 de novembro de 2012

Amar: verbo intransitivo?

"Tornar o amor real é expulsá-lo de você pra que ele possa ser de alguém", canta Nando Reis - ex-Titãs, há alguns anos em carreira solo, com canções (letra e música) marcantes. Curto muito seus CDs e shows. No palco, aquele artista ruivo, franzino e de voz fraca se transforma, tamanha a energia que ele movimenta ao tocar e cantar.

Seria um ato de egoísmo guardar para si a possibilidade de amar? Seria amar a si mesmo? Nesse caso, estaria certo Manuel Bandeira ao intitular seu livro "Amar: verbo intransitivo"? Amar a si mesmo é necessário, como se vê no antigo ensinamento bíblico segundo o qual é necessário amar aos outros como amamos a nós mesmos. Disso todos sabem. Difícil mesmo é saber o que é amor ou o que é amar.

Quando eu era criança, havia um álbum de figurinhas intitulado "Amar é". Um monte de definições pueris. Independentemente do objeto amado (uma ideia, uma prática, um ser, uma pessoa...), por ser uma ação, amar tem pelo menos dois lados: o que ama, o que é amado. Amar é, me parece, a prática de fazer emanar algo de si para outro. É mais do que sentir; é um sentir-agir. Mais: é um ser-sentir-agir.

"All you need is love" cantavam os Beatles tão animadamente naquele encontro descontraído. Porém,  apesar de tantos poetas, filósofos e cientistas já terem tentado, o amor continua(rá) indefinido. "Por ser exato, o amor não cabe em si. Por ser encantado, o amor revela-se. Por ser amor, invade. E fim" (Djavan). Portanto, ele transita entre as pessoas.

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