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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Greves graves

Rodrigo Santoro está entre os atores brasileiros mais competentes, tanto em sua carreira local quanto na internacional. Entre os filmes em que ele atuou (como "300 de Esparta", "As panteras" e outros) eu prefiro os nacionais, como "Bicho de sete cabeças" e "Abril despedaçado". Já entre esses dois... a escolha é bem mais difícil, porém pelo que gostaria de desenvolver aqui, vou escolher o último. E, depois, o primeiro.

"Abril despedaçado" conta histórias de famílias que, no árido Nordeste brasileiro, gastam seu tempo na elaboração e execução de emboscadas para matar, por vingança, membros de outra família, que também mataram por vingança. Decorre disso um derramamento de sangue que, de tanto acontecer, passa a ser tido como normal, como parte da norma. Dessa forma, um grão de areia que incomodou um bisavô - de tanto ir e vir na ventania da vingança - vira um imenso rochedo que esmaga o bisneto.

Greves que são feitas em universidades públicas e particulares brasileiras guardam alguma semelhança com o que descrevi acima, na medida em que questões de natureza política e administrativa que envolvem apenas certos cargos e funções, em vez de serem resolvidas em seu devido âmbito e com a devida competência dos dirigentes, acabam se tornando uma imensa parede que desaba sobre quem está sentado, querendo estudar.

Dias, semanas, meses em que a ventania das greves gasta e desgasta a base de uma participação social estudantil que poderia ser extremamente mais bem aproveitada se tomasse uma forma menos grave, uma forma grávida de bons ventos. É preciso desviar o curso daquele grão de areia que vai se tornando em rochedo esmagador, em um "bicho de sete cabeças", que nem os 300 de Esparta conseguem deter.

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