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domingo, 24 de agosto de 2014

O pior doente



A gente que já tá indo pra casa da idade 5.0, já ouviu muita coisa. Tanto que já é mesmo capaz de prever a finalização das frases de algumas pessoas, dependendo, claro, do contexto em que se encontram.Todo mundo já ouviu dizer que o pior cego é o que não quer ver. E, de fato, não querer ver é um empecilho maior do que a escuridão ou do que a ausência de um nervo ótico.

Naturalmente, uma frase chavão como essa pode ser facilmente estendida para o sentido vizinho, o da audição. E realmente também há pessoas que cujo espírito se recusa a ouvir certas coisas. Por mais claramente que se lhe digam algumas coisas, elas insistem em ouvir outras. Bem dizia Sigmund Freud, em seus estudos, que a audição é seletiva. Quantas vezes já não alertei mães sobre o que seus filhos realmente faziam... e elas não quiseram ouvir. Nem vou falar das consequências aqui.

Não dá pra negar que tanto não querer ouvir quanto não querer ver produzem o pior surdo e o pior cego. Claro que não. Uma questão de bom senso admitir isso. No entanto, o que me ocorre aqui, em razão do meu estado de saúde dos últimos 3 dias, é que, de modo geral, pessoas doentes também podem ser seu pior doente. E o pior não é, talvez, o que padece enfermo de uma doença numa cama de hospital, isolado até de parentes e de pessoas mais próximas (em tese).

O pior doente, por certo, é aquele que não quer se curar. É aquele que continua no ringue como quem está lutando, mas há muito já jogou a toalha no canto do tablado, já está de guarda baixa, à espera de golpes que possam aos poucos minar o benefício da vida. Não poderão dizer que deixou de lutar, porque ele está lá. Mas não é verdade. Ele está como Eurico, o Presbítero, que foi para a guerra desarmado, para se deixar morrer. Este sim, era um doente que não buscava a cura, mas seu fim.

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