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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

De novo?



Por muito tempo a música de Vander Lee participou de meus dias com uma intensidade tal, que até assustava a identificação do que ele cantava com o que eu pensava naqueles momentos. E eu o conheci por meio da música "Românticos", também cantada pela Rita Ribeiro - com sua voz forte, potente e encantadora. A certa altura, o poeta diz que Românticos "conhecem o gosto raro de amar sem medo de outra desilusão".

Sem sombra de dúvida, uma bela frase de estímulo para os que acreditam, como os românticos de primeira geração, nas idealizações amorosas, nos happy ends, no "viveram felizes para sempre". Seguem tropeçando, batendo cabeça aqui e ali, criando em si mesmos arranhões e cortes cuja cicatrização frequente e infindável cria uma espécie de couraça que os torna mais resistentes, de modo que tentar de novo, para eles, é sempre uma possibilidade. Sempre uma esperança que nasce, que renasce. Mesmo que seja para morrer, remorrer.

Desconhecem por completo o ditado popular que canta em verso e prosa, aos mares e aos lagos, ao ventos e tempestades, a verdade segundo a qual errar é humano, mas persistir no erro é burrice. Como quem insiste no erro não considera erro o que ele faz, vai continuar fazendo até perder a fé em sua crença de que uma hora vai dar certo; ou de que tudo vai dar certo no final - e, se não deu certo ainda, é porque o final ainda não chegou.

Mas o final não chega. Vem chegando. Vem chegando como a escuridão provocada pelo movimento da Terra que nos afasta da luz, do brilho intenso dos Astros que nos são maiores. Vem chegando como a velhice que carcome a vontade, devora a força, esgarça os músculos e silencia os órgãos. Vem chegando como quem não quer nada e, no fundo, quer exatamente nada. E com sua boca muda, lenta e faminta, silencia o romântico que passa a ter medo de amar, para não ter outra desilusão.

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