Valeu a visita!

Daqui pra frente, divirta-se trocando ideias comigo.
Conheça meu outro blog: http://everblogramatica.blogspot.com.br

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Na casa errada



Dali sempre me impressionou, onde quer que seja ou no que quer que seja. Em livros ou em grandes telas; aqui ou lá no Museu Reina Sofia, em Madri. Sempre impressiona pelo grau de estranhamento que ele costuma provocar em que aprecia sua obra. Assim como a obra dele, muitas coisas no dia a dia nos tiram desse estado de torpor provocado pela rotina e nos colocam numa situação de desconforto, que leva o cérebro gastar alguns segundos para se realocar.

Esses dias, quando chegava em casa da rua com minha filha mais velha, eu e ela, bastante cansados, íamos encontrar em casa minha filha mais nova. Temíamos que ela já estivesse dormindo. Como já era tarde, voltamos com alguma pressa para casa - como sempre -, estacionamos - como sempre -, recolhemos as coisas do carro - como sempre -, e, como sempre, entramos no elevador, pressionamos o botão do andar e subimos.

Descemos e já fomos direto para a porta. Estranhamos, porque a luz estava acesa e havia barulho de conversa na sala. Logo quis ver o que era, porque não esperava encontrar mais de uma pessoa em casa. Abri a porta e já estiquei o pescoço para enxergar rápido. Tal não foi minha surpresa quando me deparei com quatro pessoas sentadas na sala a me olhar com olhos de estranhamento. Logo reparei que aqueles móveis não eram os meus... e... que aquela não era a minha casa.

Havíamos apertado o botão do andar errado. Descemos no andar debaixo. Mas, hall igual, porta e maçaneta iguais, quase tudo igual. Logo estampei um sorriso amarelo e pedi desculpas fingindo sorriso descontraído. Fechei a porta e entre riso e vergonha, voltei para o elevador, subimos um andar e entramos em casa. Estou aqui pensando em quantas vezes não entramos na vida das pessoas sem que houvesse ali nada de nosso. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário