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terça-feira, 5 de agosto de 2014

Carinho não planejado



Era fim de dia hoje e eu já havia trabalhado 6 horas no colégio e mais 6 no escritório, quando, por volta das 20h, precisei ir com minha filha à farmácia a fim de comprar um dos medicamentos necessários aos cuidados com sua pele. Antes, porém, como a filha mais nova estava muito cansada, decidimos levá-la para casa, antes de irmos à farmácia. Dito e feito. Um gesto de carinho espontâneo e não planejado dá mais sentido à vida do que muitas palavras lançadas ao vento.

Passamos em casa e, depois darmos minutos a mais de descanso para a mais nova, partimos nós dois para a farmácia. E conversando sobre o dia, sobre nós, sobre o futuro e sobre tanta coisa que vale bem menos do que a companhia que fazemos um ao outro, chegamos onde queríamos e fomos logo atendidos. Ela mesma encaminhou todo o procedimento de compra do medicamento, enquanto eu esperava minha vez de participar, ainda que minimamente do processo, assinando o verso da receita, como responsável pela minha filha.

Enquanto o fazia, e não foi muito demorado, questão assim de minutos, eu assoviava Tim Maia: "E eu gostava tanto de você. Gostava tanto de você". Despretensiosamente e baixo, com toda a descrição necessária àquele espaço público, comecei a cantar a música - porque queria cantá-la e não porque quisesse ser ouvido. Chegamos ao caixa e, depois do já tradicional "nota fiscal paulista?", para minha surpresa, a moça do caixa cantarolava o refrão da mesma música, enquanto a nota era impressa.

Ela mesma riu quando percebeu o que havia feito: dado continuidade ao que eu vinha fazendo. "Ai, caramba, fica na cabeça da gente, né?", disse ela entre risos felizes, que foram compartilhados pelos que estavam na fila. Depois, fiquei pensando a coisa mais óbvia do mundo: o quanto influenciamos comportamentos alheios por meio do nosso próprio comportamento. Ridículo de tão simples esse pensamento, mas tão importante para termos um, ainda que poucos e esparsos, momentos de alegria espontânea, que vêm como gestos de carinho não planejados. Simples.

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