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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

"Emozão e ração"



Estou introduzindo reflexões sobre a visão cientificista da vida para meus alunos de nono ano, a fim de situá-los melhor em relação à leitura de "O Alienista", que propõe uma discussão sobre os limites entre a razão e a loucura. Poderia muito bem apenas pedir que lessem e esperar as muitas dificuldades que teriam, dado o vocabulário e o contexto que são um pouco distante da realidade desses adolescentes com que trabalho. E, claro, leio com eles um pouco aqui, um pouco ali não só para aumentar o gosto pela leitura, como também para que se motivem e deem continuidade sozinhos.

Procurei fazê-los entender que, em seu contexto próprio, o Positivismo teve sua razão de ser (com o perdão do trocadilho); que o Evolucionismo é forte ainda hoje e as evidências fortalecem cada vez mais a teoria darwiniana; que o Determinismo tem sentido ao apontar a hereditariedade, a história e o contexto como fatores decisivos para determinada realidade; que a Psicologia nascia com grande força defendendo a existência do id, do superego e do ego. Falei vagarosamente de cada uma.

Entre o alcance e as restrições a cada uma dessas maneiras de ver a realidade e interferir sobre ela, é preciso ponderar outro tanto de coisas (inclusive o tal do imponderável, que já me entortou o entendimento muitas vezes). É curioso como não raramente pessoas tidas como predominantemente racionais tomam medidas absolutamente baseadas no componente emocional. De repente, a dita clareza da razão vira um breu sem fim, um buraco sem fundo, um beco sem saída em cujos muros não é encontrado o menor resquício de explicação.

Em outras não raras vezes uma situação claramente emocional se apresenta diante das pessoas e elas insistem em enxergá-la apenas e tão somente de um ponto de vista anterior às lentes da razão, que com frequência distorce e tolhe, disseca e ofusca a clareza com que a emoção poderia conduzir tais pessoas.  

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