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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Sensação de brilho

"Não desespere: quando a vida fere, fere, e nenhum mágico interferirá. Se a vida fere com a sensação de brilho, de repente a gente brilhará". Quem, entre os adultos, não se lembra desses versos de Gilberto Gil, que eram bombardeados nas rádios há cerca de 20 anos? Alguns versos para mim atravessam o tempo, rompem a barreira do som - no sentido de saltarem de uma simples canção e se tornarem uma forma de ensinamento.

Considerando um sujeito como Gilberto Gil que sacudiu a música popular brasileira e se fortaleceu naqueles famosos festivais com a magistral Domingo no Parque; Gil, um sujeito que - com Caetano, Tom Zé e outros foi o mentor do Tropicalismo; Gil, que passou por maus bocados sob os olhares tensos e intensos dos operadores da Ditadura Militar e que, por eles mesmos, foi exilado do Brasil; Gil, que há até pouco tempo foi ministro da Cultura... Enfim, considerando que os versos vêm desse respeitável senhor - hoje no alto de seus 70 bem vividos anos - não há razão para deixar de atribuir todo o valor merecido aos seus versos.

Fica a torcida para que a vida, que não dorme nem pestaneja, possa nos ferir com a sensação de brilho, para que a gente, de repente, brilhe. "Não mais que de repente", para que não seja um brilho fugaz, de pouca intensidade, de pouca significação; um brilho que depois não deixa sequer rastros ao longo do curto caminho que tiver percorrido.

"Gente é pra brilhar", canta Caetano, seu conterrâneo. E o faz com toda razão, porque há em nós uma espécie de luz, mais ou menos intensa, mais e menos intensa, mas uma luz. Uma luz que ilumina o nosso próprio caminho e o de outros. Ou o contrário. O que importa é que estejamos abertos para que a vida possa nos ferir "com a sensação de brilho".

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