Escolher pra quê? é o título de uma música com a qual aprendi que "Escolher entre chuva e sol é o mesmo que sofrer de hérnia e correr uma maratona de 100 passos de animais. Pra que tanta indecisão, se o sol está aí para nos assar? Pra que tanta indecisão, se a chuva inunda e alaga, como um grande mar?"
Eu pararia o texto por aqui, apenas com esta citação ao Catatau, vocalista, guitarrista e compositor da banda Cidadão Instigado. Pararia como se estivesse participando de uma corrida. Na corrida, tem uma hora em que o corpo fala: Meu! Chega... Uma outra voz interna, de outra parte do corpo, responde: Cara! Dá pra dar mais uma volta. Daí, tem jeito não: é hora de escolher.
Escrevi esta semana toda sobre corrida, sobre as impressões que me vêm enquanto corro; escrevi sobre coisas que penso enquanto corro - ou será que corro enquanto penso. Corro pra pensar? Penso pra correr? Ou será que corro pra não parar? Ou ainda, que penso (umas coisas) para não pensar (outras)? Sei lá, a gente corre e pensa, a gente pensa e corre, a gente pensa que corre, a gente pensa que pensa.
Não sei, não. Sei. Sei que a hérnia dói. Indescritivelmente dói. Ora por razões físicas. Ora por razões psicológicas. Ora por ambas. Não sei, não. Sei. Sei que o sol está aí e assa todo mundo todo dia. Um pouco mais, um pouco menos. Mesmo que a gente se proteja um pouco, o sol não deixa de nos assar. Não sei, não. Sei. Sei que a chuva - e esta estamos vendo bastante (agora, inclusive) - inunda e alaga, como um grande mar. Tenho o privilégio conviver com três hérnias, muito sol e muita chuva.
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