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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Razão para viver. Viver para razão.

"E em tudo que eu faço existe um porquê... no ar que eu respiro, eu sinto prazer de ser quem eu sou de estar onde estou". É preciso reconhecer sempre a importância da Rita Lee para a música nacional, desde seu início nos Mutantes, até hoje. Seu jeito despojado, suas verdades bem ditas, polêmicas e impactantes revelam um modo particular de viver e interpretar a realidade. Como em tudo, nem sempre há concordância... mas não pode deixar de haver reconhecimento.

Esses versos que ela canta na música Agora Só Falta Você mostram uma pessoa que se cansou do estilo de vida que levava e "um belo dia resolveu mudar e fazer tudo que queria fazer". Por isso, se libertou "daquela vida vulgar" e passou a se valorizar mais do que fazia. Isso me lembra, por exemplo, aquele famoso poema atribuído a Jorge Luis Borges, intitulado Instantes, no qual se revela um amargo arrependimento de quem chega perto dos 90 anos e, ao olhar para trás, vê que deixou de fazer muitas coisas que queria.

Me lembra também o pai da soul music brasileira, o mestre do gingado, da voz firme e de refrões inesquecíveis... o síndico: Tim Maia. Na música Azul da Cor do Mar, ele diz que se tem de "achar razão para viver, ter na vida algum motivo pra sonhar, ter um sonho todo azul, azul da cor do mar". É mesmo necessário ter uma razão para viver - o que não constitui novidade alguma, mas reverbera uma verdade às vezes esquecida - consciente ou inconscientemente.

Ter essa razão, ou, ainda, "uma ideologia pra viver" (Cazuza) talvez seja aquilo que, em meio a tantos estímulos negativos que reforçam as pressões, as obrigações e os desprazeres, vem trazer no próprio ar que se respira o prazer de ser quem se é, de estar onde se está. Não me parece ser algo que se explique assim tão racionalmente, pois não se trata de viver para a razão, mas de razão para viver.


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