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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Continuar sendo

Quem desconhece Ivete Sangalo? Difícil. A mulher surgiu como vocalista de banda e logo viu que aquilo era pequeno demais para ela. Ao seguir carreira solo, cresceu tanto, que é conhecida em todo país e até em alguns países estrangeiros. Sempre vou lembrar dela menos pelos sucessos que ela emplaca e mais por uma experiência familiar interessante e curiosa, sobretudo, para um pai que se delicia com a linguagem das filhas. Quando bem pequena, minha filha cantava: "o porco do dedo mandou avisar que vai rolar a festa!". Difícil não achar graça na interpretação, que certamente caracteriza a construção do verso de acordo com se conhecimento vocabular.

Certamente Ivete canta hoje em vários espaços em Salvador, sobre o trio seguido por milhares de pessoas motivadas a cantar, pular, dançar por quilômetros a fio, dando ao corpo um libertar de adrenalina que deve se igualar (se não superar) o total de adrenalina que será disparada no corpo ao longo do ano todo. Intensificado com música alta, companhias agradáveis, álcool e (não se nega) outros estimulantes, o momento do Carnaval propicia a vivência de uma alegria fugaz e extremamente significativa. 

Como não lembrar de Chico? "E um dia, afinal, tinham direito a uma alegria fugaz, uma ofegante epidemia que se chamava carnaval". É direito, sem dúvida, essa alegria fugaz, que se soma às muitas alegrias menos fugazes e às alegrias perenes que frequentam a nossa vida. Refiro-me às pessoas constantes que despertam naturalmente os nossos sorrisos. Refiro-me às coisas com as quais entramos em contato no dia a dia. Sem contar (o que seria um lugar-comum dizer) a saúde que nos permite continuar sendo.

Para outros tantos, como eu, inclusive, trata-se de um período de descanso e de colocar em ordem os papéis, os livros, botar a casa em ordem, intensificar o contato com quem soma vida comigo. Tim Maia (em outro contexto, claro) diria: "vale tudo". Vale a festa exagerada desses dias que se encerram na quarta-feira de cinzas, quando tudo volta ao "normal". Vale a busca pelo sossego e pelas alegrias perenes que, espero, não se encerrem nunca.

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