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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Simplesmente complexo



Sempre me lembro da crônica de Fernando Sabino "A última crônica", como um texto modelar de como algo que se diz pode ser um núcleo criador de outros tantos núcleos. Quer dizer: de um assunto central, ele consegue acessar, ora direta ora indiretamente, outros tantos assuntos de igual força e relevância. Isso, entretanto, não é o que mais de encanta naquele texto.

Em "A última crônica", é retratada uma situação em que uma família de negros (ou "pretos", "seres esquivos" - como ele diz) se reúne em um boteco da Gávea para "fazer algo mais do que matar a fome". Por meio desse núcleo estruturador, Fernando Sabino leva o leitor a refletir acerca da felicidade que pode morar com todos os seus membros nos cômodos das coisas mais simples da vida.

O curioso é que "simples" é uma coisa muito complexa. Padrões de simplicidade variam tanto quanto as cores de um camaleão. A simplicidade, então, como um David Bowie da arte de viver cada dia como se ele fosse uma mesma paisagem que se renova a todo momento, vai se relacionar com a felicidade das pessoas de modo instável. E vice-versa. Opa! Se é vice-versa, já é complexo - porque o simples é só vice ou só versa. Eis uma busca crônica. Mas não última.

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