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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Em nossas mãos



É muito curioso como muitas vezes usamos a expressão "Agora está na sua mão", especialmente quando deixamos algo sob inteira responsabilidade de outra pessoa. Chama-me a atenção agora a possibilidade de alguém dizer para si mesmo. Seriam tantas coisas a carregar por entre essas palmas, coisas que latejariam mais ou menos os traços dessas mãos já gastas por dezenas de 365 dias.

Sob a pressão desses dedos longos, há coisas carregadas que já não aspiram o oxigênio com a mesma intensidade; já não dão às artérias o quantum de sangue que deveria deslizar por elas, como crianças no meio do escorregador. Trata-se de coisas cujo calor insiste em tomar emprestado o calor que emana de cada articulação dessas mãos que já apararam lágrimas de riso e lágrimas de choro.

Repousa sobre a superfície dessas mesmas mãos um conjunto de bebês recém-nascidos; projetos de vida que ainda têm muito o que respirar; que ainda têm muito que dar ao sangue um escorregador arterial para ele se divertir escorregando feito criança feliz. Está em nossas mãos o velho exausto e quase desprovido de alma; está em nossas mãos o bebê que quer saborear com os olhos o cheiro do barulho da vida.

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