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sexta-feira, 17 de maio de 2013

De asfaltos e colchões

Voltava pra casa hoje, depois de um dia muito legal de trabalho, pensando nas coisas, no dia, no que escreveria no Blog, pensando um monte de coisas, como faz qualquer cabeça vitimada pelo cansaço do dia e motivada pelos desafios do dia seguinte. Pressionei o botão que abre o portão automático e esperei que ele abrisse. Lento como sempre.

Não lembro a música que eu cantava (sim, no carro e sozinho, eu canto que é uma beleza), mas me lembro bem de uma cena que está gravada na minha memória até agora. À minha esquerda, de calças bege, camisa branca e uma malha azul claro por cima, um velhinho parava sua caminhada e olhava o mundo com a calma que banha a todos os mais experientes e felizes seres humanos.

Aquela parada dele, lenta, mais lenta que o portão que àquela altura já estava todo aberto, me transportou para um mundo em que vivem as sensações mais epifânicas possíveis. Quem já andou muitos asfaltos neste mundo, quem já dormiu vários colchões, quem já comemorou tantos invernos e tantos verões, tem a sabedoria de parar a caminhada no momento que for mais pertinente. Isso porque sabe que vai chegar. Isso porque sabe aonde está indo. Isso porque tem a tranquilidade e a certeza de que sua rota será inteiramente traçada, independentemente do tempo que isso demandar.

Fui içado do meu devaneio epifânico pelo barulho do portão que, lentamente, começava a se fechar. Com o susto, acelerei o carro e adentrei a garagem correndo o risco de ter danificado o carro e o portão. Se eu tivesse a sabedoria daquele velhinho, teria parado meu movimento e reacionado o portão para que ele abrisse novamente. Afinal, eu sabia para onde ia, sabia que chegaria, sabia tudo isso. O que me falta mesmo é asfalto para andar mais, é colchão para dormir mais. Falta experiência.

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