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domingo, 5 de maio de 2013

Ao coração, suas batidas

Quem lê Edgar Allan Poe tem o privilégio de se deparar com um dos seus mais impressionantes contos: "O Coração Revelador" (ou "O Coração Delator", dependendo da tradução). Ali se vê uma personagem que se deixa revelar não por outra coisa, senão pela intensidade das batidas do coração. Ou, por outro lado, pela sensibilidade de perceber as batidas do coração. Isso muda toda a história.

Tanta coisa é capaz de alterar o curso da história... decretos, leis, atos do âmbito político autorizam ou desautorizam práticas sociais, instituem ou destituem hábitos cotidianos. Por outra, acontecimentos naturais, intempéries, grandes períodos de seca ou de enchente entortam o caminho de muita gente. Admissões e demissões, conquistas e perdas... tanta coisa é capaz de alterar o rumo da vida da gente... tanta coisa... e a gente ainda se fixa desesperadamente na ilusão de que tudo está sob controle.

Como se não bastasse, há algo que, sem pedir licença muda completamente o chão sob nossos pés. E esta foi uma lição que eu tive de aprender na marra, a muito custo e com muita dor: reconhecer a impossibilidade de reconhecer. Isso mesmo. Dar o braço a torcer para o fato de que na nossa vida há uma parcela de acontecimentos que podem ser creditados ao imponderável.

O bom de tudo isso é que a gente vê o quanto a vida muda. Ora pra melhor. Ora pro que a gente não consegue qualificar. Em todas, algo comum: o coração passa a bater mais forte, com euforia, com motivação, com alma. Ou passa a bater mais fraco, disfórico, desmotivado, desanimado. E ele precisa aguentar pra que a gente possa seguir o caminho. No que tange ao nosso alcance, é preciso dar ao nosso coração apenas as batidas que ele pode aguentar. É ele que, mais cedo ou mais tarde, vai nos revelar.

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