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domingo, 5 de maio de 2013

'A lei mesquinha dos mortais'

"Quis sair de mim, esquecer quem sou e respirar por ti. E assim transpor a lei mesquinha dos mortais" é uma estrofe de Jorge Vercilo, na música Fênix. Confesso que ouvir Jorge Vercilo, para mim, é algo saturado. Sua voz não me encanta mais; seus versos não me atraem. Não sei explicar por que, mas é assim. Como diz o Chicó em "Auto da Compadecida": Sei não; só sei que foi assim. Mas essa música do Vercilo é de uma sensibilidade especial. E me leva a ouvir novamente e novamente. Nova mente. 

Hoje encerrei mais um módulo de aulas na pós-graduação. Desde que cheguei para a aula, tinha uma sensação de que, embora pontualmente fosse o último encontro com aquela turma, não o era em essência. Às vezes, os finais são fins mesmo. Será? Não sei mesmo. Não é nisso em que acredito, apesar de em alguns casos haver uma ruptura radical e uma postura de distanciamento tão intensa, que determinada coisa, cena ou pessoa, fica completamente apagada. 

Mas não é isso que sinto quando estou no último dia de aula; não sinto estar chegando ao fim-e-ponto. O que sinto é estar em um momento em que é preciso oferecer um gancho, um trampolim, uma catapulta, uma alavanca, uma corda, um degrau, um elevador, algo que possa içar os alunos daquele ponto para um outro em que possam ver mais, ouvir mais; algo que possa fazê-los perceber sua capacidade de ir além, motivá-los a dar passos mais ousados e vislumbrar, com responsabilidade, o quanto podem contribuir consigo próprios, com seus alunos e seu mundo.

É importante que nessa hora a lei dos mortais, a" lei mesquinha dos mortais", sinta-se intimidada pelo desejo de produção de vida que, com toda certeza, vai se multiplicar em outras vidas, e estas em outras, até produzir uma pletora de vida que se espalha e preenche os espaços da existência. 


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