Particularmente, acho interessantíssimo o trabalho científico, que é, algumas vezes, muito gratificante. Principalmente quando traz à tona vozes caladas pelo tempo; quando dá luz a razões silenciadas por conta de predileções políticas ou sociais; quando escancara rostos mascarados e velados por supostos adereços de má fé.
Nesta semana, arqueólogos descobriram crânios de quase 100 mulheres sacrificadas há mais de 4.000 anos na China. Os peritos trabalham com a hipótese de que as mortes teriam acontecido como decorrência de rituais religiosos praticados naquela região. A causa das mortes é apenas uma das coisas que importam agora. Diversas vozes se farão ouvir pelo discurso silencioso daqueles crânios femininos.
Tal qual Hamlet, que, diante do crânio que sustentava em suas mãos, perguntava se o que importava de fato era ser ou não ser, ficamos todos pasmos diante da retórica que brotará das descobertas advindas da história dessas mulheres e de sua cultura. É... às vezes o passado fala alto, quando a gente menos espera.
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