Quando a gente lida com bebês, tudo neles parece tão agradável, tão apaixonante. Eles babam e a gente acha lindo, se encharcam de xixi e a gente fica encantado. A gente até estimula a que arrotem. Eles dizem coisas incompreensíveis e parecem não compreender quase nada do que lhes falamos. É assim: uma série de imperfeições. Tudo, porém, segue totalmente encantador.
Em vida adulta, a relação parece a mesma, sobretudo, quando se está apaixonado. Dessa forma, uma assimetria qualquer no corpo, um leve estrabismo, um dente meio desalinhado, um defeito de fala, alguns hábitos... enfim, tudo a paixão veste com a roupa da beleza.
Nas práticas sociais também é assim. Se as coisas forem feitas com amor, dedicação e espírito livre, as falhas são consideradas tão pequenas, tão irrelevantes... são entendidas como parte do processo e como oportunidades para aprender. No entanto, feitas sem esse espírito, sem essa paixão, quaisquer práticas potencializam a mais insignificante das falhas. Despidas da roupa da beleza, são execradas. Elas e seus praticantes.
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