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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Vi não vendo

"E eu sinto tudo na ferida viva do meu coração". Da música Como Nossos Pais, de Belchior, este é um verso que já citei aqui, mas para falar a partir do verso que vem logo depois dele ("vejo vir vindo no vento o cheiro da nova estação"). Hoje, não. Hoje quero falar desse início mesmo, em razão de uma experiência muito especial vivida nesta noite.

Havia me programado para assistir mais uma vez ao espetáculo que minhas filhas apresentam com o grupo de teatro do Colégio. Sim, eu sei: já vi. Mas verei tantas vezes quantas forem possíveis. A qualidade de texto, de música, de movimento etc. é altíssima. No entanto, ontem no final da tarde, fui praticamente intimado por uma professora de ballet a assistir ao espetáculo da alunas dela. Veio com deferência e insistência o convite. Fui assistir de bom grado, mesmo abrindo mão de ver a peça das minhas filhas.

Quando cheguei pontualmente para ver a apresentação de ballet, pude contemplar o que meus olhos apreciam muito: um bom número de música e dança num ballet sincronizado e interpretado por crianças. E gosto não por ser ballet nem por ser criança. Mas por ter sido esta a primeira forma de expressão artística que vi minhas filhas fazerem. Desde seus três aninhos já frequentavam palcos representando, dançando. Foi difícil não me emocionar vendo aquelas criancinhas, em passos tão complexos para sua idade.

Não tive como não me lembrar de minhas filhas. E junto com essa lembrança, receber também a ação da memória emocional que me fazia rever, na imagem daquelas crianças, a imagem das minhas filhas dançando. O que eu via e o que eu sentia à época inundaram o que era eu nesta noite. Há 8 ou 9 anos, tudo era muito diferente. Ao ver minhas filhas sem estar vendo cada uma delas, também vi minha vida de 8 ou 9 anos atrás. Visitado pela saudade, quis abraçá-las pra que fosse abraçado meu coração que sente tudo.


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