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domingo, 20 de outubro de 2013

Quase tudo quase nada


Há na imprensa hoje uma notícia (http://noticias.uol.com.br/album/2013/10/19/marinheiro-russo-larga-profissao-para-viver-como-ermitao-na-siberia.htm?abrefoto=1), no mínimo, curiosa: um homem siberiano teria deixado que o ligava a este mundo cotidiano, para viver como ermitão, isto é, para passar seus dias isolado, afastado disso que costumamos chamar "mundo civilizado", repleto de facilidades que tornam a vida diária inquestionavelmente mais rápida, mais ágil. De vida agitada de capitão de navio, ele passou a alguém dedica seus dias a ler a Bíblia e a caçar alimentos para se manter.

Há pouco, cheguei do cinema com minhas filhas. Havíamos assistido ao filme "Gravidade", que narra a impressionante parte da vida de alguns astronautas, que vivem por um bom tempo no interior de uma estação espacial, isolados do contato físico com a Terra - apesar de a terem sob a vista e de, por algum tempo, terem conato por rádio com a equipe da NASA. Afora as belíssimas imagens do espaço aparentemente infinito, este é apresentado em quase todo o filme como um lugar em que falta oxigênio, gravidade e tudo o mais que é essencial à vida humana. Ali, estar no meio do Universo e isolado de tudo que é o nosso universo é uma inquietação constante.

Na semana retrasada havíamos assistido ao filme Elisium (aliás, com estreia de Vagner Moura em produtos holliwoodeanos), que retrata a possibilidade de haver um satélite que comporta uma população inteira vivendo à margem da Terra, em condições completamente favoráveis, a despeito da completa miséria a que ficaram submetidos os que não tinham condições de habitar Elisium. É uma clara luta entre um mundo ideal e outro insuportável.

Os três fatos acima referidos, fictícios ou não, apontam para a possibilidade de cisões absolutamente radicais que convivem simultaneamente com uma busca, às vezes até violenta, pela reconstituição da unidade, da vida gregária inicialmente existente. Essa constante busca do homem, um eterno estado barroco/romântico entre o junto e o isolado, entre o quase tudo e o quase nada, o ideal e o insuportável... talvez seja o aspecto mais perene da vida humana. 

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