“De perto, ninguém é normal” é um
verso de Caetano Veloso, que mandei estampar em uma camiseta que gosto de usar.
Estampado em letras pequeninas, para ser lido, o verso deve ser contemplado sob
uma lupa. E é bem este o desenho da estampa: uma lupa sobre o verso “De perto,
ninguém é normal”.
Outro dia, quero escrever sobre o
ser normal. Mas isso seria bem normal para este texto. Então quero escrever
sobre o “De perto”. Ainda em férias (que começaram há 4 dias e têm 3 dias para
acabar), fiz com minhas filhas ontem um passeio para a praia de Pirangi.
Quente, límpida e tranquila como a de anteontem, esta pôde ser contemplada com
mais vagar, pois fizemos um passeio de barco que nos levou bem para dentro e
para o fundo dela.
A certa altura do passeio, o
barco é parado em um lugar com várias barreiras de corais. Tantas, tantas, que
há um longo espaço em que podemos caminhar sobre elas. Mas a ideia não era
caminhar, e sim flutuar usando snorckel. Aí, sim: o que era bonito ficou lindo
demais. Tanto o que se via em profundidade, quanto o que se via ali tão perto
dos olhos. Infinitas formas de vida que só são vistas se olhadas bem de perto.
E, normalmente, sempre estão ali.
Acordei lembrando-me dos corais,
das esponjas, dos peixes, da incrível vegetação marinha e daquela água, que já
era maravilhosa quando vista por cima e de longe. Por dentro e de perto, ela
saiu do grau da normalidade e ficou encantadora. Nem precisou de canto de
sereia para me extasiar. E a gente? Se nos veem de perto, o que têm para ver do
que sempre está em nós?
Nenhum comentário:
Postar um comentário