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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O barco e os olhos

Com seu jeito sereno e sua afinadíssima voz macia, Paulinho da Viola diz verdades contundentes em suas músicas. Uma das de que mais gosto é: "Faça como o velho marinheiro, que, durante o nevoeiro, leva o barco devagar".

Pois é. Se eu tivesse ouvido com mais atenção esse conselho que eu tantas vezes cantei, provavelmente eu teria tomado outras decisões; bem possivelmente muitas coisas teriam tomado outro rumo na minha vida. Não que eu me arrependa amargamente dos caminhos que resolvi traçar para mim, porque gosto demais da minha vida como está, mas com certeza mudando as escolhas que fiz em momentos tensos, de turbulência... ou simplesmente se tivesse esperado passar com o barco, devagar, pelo nevoeiro, muita coisa seria diferente.

Às vezes, emoções e sensações boas demais funcionam como neblina que reduz a visibilidade. Outras vezes, mágoas, angústias, tristezas, dores pungentes sufocam tanto, que comprimem o nervo ótico, de modo a apertar a imagem que mandamos para o cérebro - o que nos leva a interpretar errado e, portanto, a decidir com maior chance de erro. Sentimentos como a raiva, ou como os ciúmes desajustados são tão rápidos e violentos, que podem ir adiante dos olhos e nos fazer agir sem ver (o que caracteriza aquela frase tão comum: 'nossa! quando vi, já tinha feito...').

Assim como o nevoeiro é algo natural em determinados horários e em certas condições climáticas, as emoções e os sentimentos mencionados há pouco também o são. Todos são névoas que devem servir de alerta para deixar os olhos mais abertos e o coração mais tranquilo para ter a paciência necessária e agir de modo a conduzir o barco para o destino desejado.

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