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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O sertão e o mar

"O sertão vai virar mar. Dá no coração o medo de que algum dia o mar também vire sertão". São versos cantados por Sá e Guarabyra, em intertextualidade com as profecias de Antônio Conselheiro. Esses dias de férias têm sido um conjunto enorme de benefícios que todo meu corpo tem aproveitado. Tenho dormido mais e, por isso mesmo, ficado mais disposto para aproveitar mais cada minuto aqui onde estou.

Naturalmente o fato de estar na companhia de minhas filhas o dia todo é a melhor coisa que pode acontecer a um pai que venera a presença delas, seu olhar, seu sorriso, suas piadas, seus comentários. É bom fazermos coisas juntos, desde acordá-las para o café da manhã - passando pelas praias, piscinas, restaurantes, parques e tanto mais, até voltarmos a dormir. É bom vivenciar este mar de sensações.

Ontem à noite, depois de nadarmos em águas verdes, límpidas e quentes ao longo de todo o dia, mostrei a elas algo que eu há tempos eu não parava para ver. Apontei para cima e lhes mostrei a ausência quase absoluta de nuvens - o que nos fazia contemplar um sem-número de estrelas de tamanho e brilho variados.  Era um prazer olhar e comentar, porque havia muitas delas por todos os lados. Num simples movimento de cabeça, nossa vista podia contemplar o mar e as estrelas. Ouvíamos o mar, víamos as estrelas.

Foi um momento de pouca duração, mas de intenso significado para mim. Fiquei pensando, por alguns segundos e sem me preocupar com a explicação cientificamente correta, que aquelas estrelas sempre estiveram ali, mas que por força de tantas coisas que estavam entre mim e elas, eu não pude notar sua presença, seu brilho, sua forma, o quão distantes ou próximas estão... Deve ser assim no dia a dia também: tantas coisas se colocam entre as pessoas, que elas são impedidas de ver as qualidades umas das outras, impedidas, muitas vezes, de ver umas às outras. Parecem estar no sertão, mas "o sertão vai virar mar"

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