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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Para além do que se vê

Quando Tom Jobim relata que "o resto é mar, é tudo que eu não sei contar, são coisas lindas que eu tenho pra te dar", é momento de se parar para pensar para além daquilo que vemos. Especialmente quando pensamos sobre o que vemos das pessoas... e até de nós mesmos. Até onde vemos?

Em conversas com amigos hoje, amigos de longuíssima data, um deles revelava um relacionamento de um ano e meio, mais à distância do que presencial. Um relacionamento relativamente longo o suficiente para que ele se decidisse trocar a distância pela proximidade. Naturalmente, esperava encontrar as coisas que estava acostumado a ver à distância. No entanto, exceto para os que estão ficando mais velhos, ver de perto às vezes implica ver demais. Infelizmente, o que ele passou a ver do comportamento, do gênio, do modo cotidiano de ser da moça, fez com que preferisse uma distância maior do que a anterior. Incomunicável.

Por outro lado, ver de perto pode fazer com que vejamos mais do que estamos habituados a ver mesmo nas coisas e pessoas com quem temos convivência bem próxima. Neste ano, duas experiências me fizeram enxergar isso. A primeira foi quando vi meus alunos no palco do teatro da escola tocando, cantando, recitando... mostrando, para todos, que ali estavam mais do que alunos: estavam artistas - no sentido mais puro da palavra.

A outra experiência está sendo agora: assisto a um DVD que ganhei de Natal, de quem estou tendo imensa alegria de ver bem de perto. Trata-se de um disco gravado por Paul McCartney cantando apenas jazz. Imagine minha surpresa: um beatle, pilar do rock mundial, cantando jazz. Mas cantando tão bem, tão espontâneo, tão natural, que fico imaginando quanta coisa deixei de ver neste artista. E, por extensão, o quanto não deixei de ver nas pessoas o mar as coisas lindas que elas têm pra contar.

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