Umberto Eco, em um de seus muito bons livros (Como se escreve uma tese) dá um conselho que comumente passa despercebido. Faço questão de destacá-lo aos meus alunos na Universidade. Segundo o autor, um dos segredos para se obter sucesso na pesquisa, é preciso apoiar-se nos ombros de gigantes. Isso porque, a partir desta posição, pode-se ver mais longe.
Isso dá ao pesquisador a dimensão de que é preciso humildade para ser grande. Citar outros que já trilharam o percurso que se está iniciando é um sinal de grandeza. Assim é que crescemos: mirando-nos nos que são maiores que nós, seguindo seus passos, ouvindo seus conselhos, acatando suas orientações. O objetivo não ser igualmente grande, mas crescer.Vale para a pesquisa; vale para a vida.
Um pessimista me diria que a maior fonte de frustrações é o tamanho da expectativa. E complementaria com o inegável lugar-comum, segundo o qual "quanto maior a altura, maior o tombo". É verdade, não nego. Mas não se pode deixar de tentar subir, de tentar ser alguém melhor (sem que isso, é claro, implique menosprezo a quem quer que seja). É preciso querer ser grande, ser inteiro, como dizia Fernando Pessoa, e brilhar alto, como brilha a lua no alto céu e no seu reflexo no lago sereno.
A experiência que vivenciei hoje, foi de um aprendizado sem tamanho. Em uma das decisões mais difíceis que já tomei na minha vida, justamente para tentar crescer pessoal e profissionalmente, veio-me um telefonema no meio da tarde. Um telefonema de uma pessoa que, para mim, sempre foi um gigante de caráter, de profissionalismo e de competência. Recebi todo apoio necessário e, nesse sentido, vale a pena querer continuar subindo mais alto. E, caso eu caia, certamente estarei seguro pelas mãos de gigantes.
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