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O mundo inteiro sabe o que é o drama da falta de água. Nesse mundão todo, há países que sofrem mais com a falta de água. Entre estes, está chegando o Brasil, especialmente sua principal capital - São Paulo. Em São Paulo, há muitas regiões em que a escassez da água é mais frequente. Entre essas regiões está entrando o bairro onde moro. No meu bairro, o prédio em que habito começou hoje a aplicar uma espécie de racionamento de água.
Descobri quando cheguei à noite em casa e, depois de ajeitar tudo, me dirigir para o banho. A esperança de me refrescar e deixar a água levar embora todo tipo de impureza do corpo ficou somente na esperança. Apenas uma expectativa frustrada para um desejo maior do que deveria ter sido. Sim, porque a água que deveria rolar pelos canos e lançar-se sobre mim, simplesmente não deu as caras. Então fiquei a ver navios. Encalhados na secura dos encanamentos.
Lembro dos filósofos pré-socráticos, como Tales de Mileto, Anaximandro e outros tantos que rechearam minha formação teológica no final dos anos 80. Entre eles havia os que achavam que a água compunha a maior parte do planeta, dos alimentos e até mesmo do homem. Iam mais longe: chegavam a afirmar que a água seria o princípio gerador e a força motriz da vida. Nem de longe eu desconfio deles. Antes, admiro-os com verdadeira devoção.
Guardadas as devidas proporções e a pertinência de suas colocações, é importante salientar que há muita verdade no que diziam. E ver que começamos a viver na pele a falta de água é bem diferente que saber que a água vai acabar. Quisera se tornasse verdade a profecia se realize e se espalhe por todos os Estados: "o sertão vai virar mar". Senão, passaremos a lidar também com problemas cada vez mais próximos: energia elétrica, lavagem de roupa e louça (e tudo mais), cozimento, higiene pessoal - sem contar os prejuízos para o comércio, indústria e serviços em geral. É muito ruim quando nos falta o que é essencial.
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