Valeu a visita!

Daqui pra frente, divirta-se trocando ideias comigo.
Conheça meu outro blog: http://everblogramatica.blogspot.com.br

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O joio




Infelizmente é um fato bem comum a gente valorizar, por mínimas que sejam, as coisas ruins em detrimento das boas. E não se trata de coisa nova, não. Sempre houve, há e haverá o bom e o ruim. O próprio Cristo já havia alertado a presença do joio no meio do trigo. E é assim com tudo: não creio que haja nada (nem ninguém) inteiramente bom ou inteiramente mau. É bem provável que sejam duas faces de uma mesma moeda. A questão é outra. Ou pelo menos, de outra ordem.

Já que citei Cristo, vou me valer de um conhecido episódio dos relatos e das narrativas cristãs presentes no Novo Testamento. Jesus teve - até onde temos conhecimento - 12 apóstolos. 12, um número significativo, semanticamente produtivo, que remete (entre outras coisas) às tribos hebraicas que deram origem ao que veio a se tornar o Cristianismo milênios depois. Pois bem, 12 foram os apóstolos. Fora os grandes conhecedores do Evangelho, quem de nós lembramos com imediata memória uma ação de qualquer outro apóstolo, que não Judas? Então: lembramos da traição.

Lembro que em um grande time brasileiro (muitas vezes campeão regional, nacional, sulamericano e mundial) sempre vazava uma informação. Alguém do elenco era chamado até pela imprensa de "laranja podre", isto é, como aquele que - por estar estragado (por ser ruim)- estragava o restante do elenco. Tanto a torcida quanto a imprensa davam muito mais atenção ao dito cujo "laranja poder" do que a tudo que o elenco tinha de bom. Pois é: tendemos a valorizar o que há de ruim.

Não é diferente no ambiente profissional: um funcionário pode acertar 10 vezes e errar 1. Pode receber centenas de elogios dos clientes. E pode receber 1 reclamação. Esta 1 será muito mais ressaltada que as demais. O mesmo ocorre no ambiente familiar. O filho acerta muitas coisas no ano inteiro, mas uma ou outra falha do pobre rapaz é suficiente para as mais exasperadas broncas, castigos etc. Até nas nossas lembranças de nós mesmos, lembramos com muito mais facilidade das coisas ruins do que das boas. Muito embora estas últimas sejam em número multiplicadas vezes maior. Nossos olhos enxergam o joio único entre os milhares de trigo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário