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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Falta um pedaço



Tenho admiração por aqueles que conseguem superar grandes dificuldades. De igual modo, respeito muito os que não conseguem, embora tentem honestamente. O rapaz da imagem que ilustra este texto pode ser um exemplo: uma pessoa biamputada que, utilizando suas próteses consegue levar a vida normal e fazer coisas que muita gente normal não é capaz. O rapaz da foto surfa.

A música de Geraldo Azevedo me vem à mente neste momento, especialmente os versos "É duro ficar sem você vez em quando; parece que falta um pedaço de mim". E deve ser esta mesma a impressão da pessoa a quem faltam membros. Apesar de conseguir levar a vida normal, ela tem a certeza de que algo lhe falta. É assim que Humberto Gessinger complementa este pensamento: "toda vez que algo nos falta, o invisível nos salta aos olhos".

Me vêm à mente também os versos de Chico, na música "Pedaço de mim", nos quais ele afirma que "saudade é o revés de um parto; a saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu". Não ter algo é também conviver com a sensação que o Chico cria nesta mesma música com a metáfora do barco que, aos poucos "descreve um arco e evita atracar no cais". Deve ser algo assim: tem-se a clara sensação de que ele está vindo, mas nunca chega.

E assim vamos. E assim ficamos. E assim vemos. E assim vimos levando a vida: com muitas coisas bastante presentes na nossa vida e com a certeza de que "algo nos falta", algo que parece estar muito próximo. Mas só parece. Algo que faz questão de marcar sua ausência fazendo estar presente na memória a consciência da sua não presença. Mas, como o atleta da foto acima, tentamos levar nossa vida "Normal. Mente"

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