Valeu a visita!

Daqui pra frente, divirta-se trocando ideias comigo.
Conheça meu outro blog: http://everblogramatica.blogspot.com.br

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Lembrar que esqueceu

Será o esforço para lembrar inversamente oposto à vontade de esquecer?
Esquecer é, de certa forma, perder. Um dado da memória, uma informação, um registro é perdido do acesso imediato, como um livro pequeno sobreposto por diversos outros grandes livros num sebo.
Por outro lado, essa perda de informação, esse lapso de memória, pode ser bastante positivo. Pode ser um ganho, por exemplo, em questões traumáticas emocional ou psicologicamente. Faz bem esquecer. Ou melhor: faz bem não lembrar.
Há tratados filosóficos, psicológicos, antropológicos, sociológicos (todos tão dislógicos) sobre o esquecimento, que não raramente é bem mais fácil esquecer do que entender por que se esquece. Ou para que se esquece.
De repente, a gente se lembra de que havia esquecido algo. Ou alguém.
Ou, ainda, alguém nos lembra de que esquecemos algo. Ou alguém.
O esquecido passa a ocupar o posto de "uma ideia que existe na cabeça e não faz a menor pretensão de acontecer". Pelo fato de ela não latejar, faz-se despercebida. Desapercebida. Daí, a gente passa a esquecer de lembrar dela, até um dia lembrar que não era para esquecer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário