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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A voz e o conhecimento




Tudo que está na gente, de alguma forma a gente pode dar ou omitir. É assim com nossos órgãos para doação: chega um tempo em que, forçosamente ou não, decidimos que parte nossa possa ir viver em outro corpo e, se houvermos autorizado, nossos órgãos podem ser doados todos a quem precisar deles. Mas não é assim apenas com os órgãos. É também com a administração do nosso tempo, da nossa atenção; com a administração do conhecimento que temos.

Em relação a este último, o conhecimento, há certas pessoas - nos mais diversos âmbitos - que insistem em reter consigo um e/ou outro conhecimento. Agem assim provavelmente para garantir um espaço seu em certa posição de exercício do poder. Missas em Latim, Letras horrorosas de médicos - entre outros - são exemplo de como o conhecimento pode ser velado de muitos. Ou, o que é pior, como o conhecimento pode ser disfarçado pelo efeito de transparência.

Crises financeiras explodem mundo afora e arruínam a vida de muitos. Para elas sempre haverá uma explicação supostamente convincente, capaz de fazer crer até o mais incrédulo dos homens, o mais cético de todos. Empresas falem, salários são achatados, mortes são impingidas... e tudo isso explicado pela lógica do absurdo ou simplesmente pelo imponderável ou pelas forças do destino ou ainda pelos desígnios supremos.

Desde que os sofistas apareceram para fazer um contraponto com o tipo de raciocínio silogístico dos retóricos, estabeleceu-se aos poucos a equivalência entre o lógico e o verdadeiro, independentemente de se partir de uma premissa verdadeira ou falsa. De modo que basta parecer lógico para ser verdadeiro. E dessa forma são justificadas crises econômicas, perdas sociais, posições pessoais, relações interpessoais - nas quais, perde sempre aquele que tem menos voz e/ou conhecimento.

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