Valeu a visita!

Daqui pra frente, divirta-se trocando ideias comigo.
Conheça meu outro blog: http://everblogramatica.blogspot.com.br

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A ponta da faca e a mão




Há expressões que são bem batidas. Tão batidas que perdem sua força comunicativa no momento em que são utilizadas. Outras continuam batendo forte na gente. E as expressões idiomáticas ou os provérbios têm essa força de se fazerem presentes na nossa cabeça a fim de produzirem um sentido mais poderoso do que as palavras triviais o fariam.

A expressão "murro em ponta de faca" é uma dessas fortes maneiras de expressar uma situação em que alguém continua agindo de modo a se ferir, sem se importar com o ferimento que advém de seu gesto. Seja por inconsciência, seja por uma consciência que admite posturas estranhas, há pessoas que constantemente tomam medidas que são inegavelmente negativas para ela, tão negativas, que ferem repetidas vezes ad aeternum, como se fossem naturais o murro e o ferimento.

Um conhecido poeta diria: "eu quero é que este canto torto, feito faca, corte a carne de vocês". Outro igualmente conhecido poeta diria que "palavras são como estrelas, flores ou facas". Poderia descarrilar aqui um vagão de citações para dizer que palavras têm o incrível poder de produzir a vida e o temível poder de tirá-la. Muitos há que escolhem a perda progressiva da vida em palavras que lhes cortam como facas (como diria um poeta) ou que lhes corte a carne (como diria outro).

Não cabe a nenhum de nós o ato de julgar a atitude de quem tende a tomar decisões que resultem em ferimento próprio, porque aquele que age desta forma, de algum modo, encontra um abscôndito prazer em passar por tais situações. Mas, se estiver ao nosso alcance baixar a faca que aponta contra a mão que esmurra, ou reter num abraço a mão que se lança contra a ponta da faca, estaremos nos opondo mais do que a um simples ditado popular.

Nenhum comentário:

Postar um comentário