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segunda-feira, 2 de junho de 2014

Era pra ser



"Hoje o tempo voa, amor; escorre pelas mãos, mesmo sem se sentir. E não há tempo que volte...", cantava Lulu Santos. Acho que, assim como o tempo, uma série de outras coisas escorre pelas mãos, ainda que não sintamos o volume delas baixar, ainda que não percebamos escassear, ainda que sejamos indiferentes à sua presença em nossa mão, achando ilusoriamente que ele forma um todo com a nossa mão.

Mas tudo se esvai. Se não cultivado, se não renovado, se não alimentado, se não cuidado, se não desejado... tudo se esvai, assim como as brisas frescas de outono, os ventos gelados de inverno, as intensas águas de verão, assim como o verde das folhas na primavera. Não tem prazo determinado como as estações, mas, por certo, a depender de certas situações, tudo se esvai.

Muita coisa morre e renasce, como Fênix na mitologia. Muita coisa só morre. Dizem os enunciados mais populares que "a esperança é a última que morre". E se diz isso como se fosse uma frase de efeito positivo, que vai manter as chamas até o fim, que vai levar o nadador ate a praia. Mas, o que se diz de verdade é que a esperança morre. E o morrer da esperança não importa se se dá cedo ou tarde. Ela morre.

Quando ela morre, morre um pouco da gente. Ela passa a ser velada como aquilo que era pra ser. Ela cria a saudade do que não se viveu. Na minha época de criança, o jogo de palavras mais complexo que eu conhecia era "a volta dos que não foram". Na época era engraçado isso. Hoje se aplica a esta reflexão: a morte da esperança é a volta do que não chegou a ir. É o enxoval do filho que não nasceu.

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