Valeu a visita!

Daqui pra frente, divirta-se trocando ideias comigo.
Conheça meu outro blog: http://everblogramatica.blogspot.com.br

sexta-feira, 27 de junho de 2014

A mordida de Suarez




No texto de ontem fiz referência à possibilidade, para mim muito clara de um convívio simultâneo de duas características bastantes antagônicas do ponto de vista social em nós. Referi-me também a um caso ocorrido no aeroporto da Bolívia onde um homem que, contrariado em sua compra de passagem, esfaqueou 11 pessoas - das quais 9 gravemente feridas. A partir desse fato, desenvolvi minha reflexão. Assim que a concluí, lembrei de outra muitíssimo mais recente.

Na Copa do Mundo, em um dos jogos mais disputados do torneio - entre Uruguai e Italia - o atacante Luis Suarez desferiu uma violenta mordida no zagueiro italiano. Este era muito maior do que o agressor e potencialmente mais capaz de um ato de violência de grandes proporções. Entretanto, o que se viu foi o menor mordendo o maior. E não era a primeira vez que Luis Suarez havia mordido alguém em pleno desenvolvimento de uma partida de futebol.

Pois, sim. Durante uma partida de futebol, que é vista e revista por milhões de pessoas. No caso de isso acontecer em um jogo de Copa do Mundo, o número de telespectadores chega a 2.500.000.000, que se somam às dezenas de milhares que presencial diretamente no estádio. Isso tudo somado é quase 1/4 da população mundial. Foi, portanto, um ato absolutamente público. O fato de ser em público (presencialmente no estádio e à distância, pela TV) é o que parece incomodar a maioria. No fundo, acho que todos se incomodam de alguma forma.

A aplicação da pena, que parece seguir o chamado princípio da exemplaridade, parece querer ensinar ao mundo que o que fez Suarez não se deve fazer. Ele, sua seleção e o país (em maior escala) estão punidos. Punidos pelo que se faz fora do público. O problema é fazer em público? O problema é o fazer ou é o público? No interior de 4 paredes deve haver muitas coisas piores que se disfarçam de boas atitudes como as de Dr. Jekill, de "O médico e o monstro". 

Nenhum comentário:

Postar um comentário