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terça-feira, 10 de junho de 2014

Enganar a quem?



Têm sido dias fáceis, não. Daí a não publicação nesses dois últimos dias aqui no blog. Mas vamos lá, retomando o pique e considerando a proposta que fiz a mim mesmo de me desfocar e tratar de assuntos que estão fora de nós, como dizia o cronista em busca de sua "Última Crônica". Aliás, naquele texto, Fernando Sabino faz exatamente o relato da interação entre os membros de  uma família de negros e seu exterior em pleno boteco carioca.

Não estou num boteco e muito menos no Rio de Janeiro, mas gosto de escrever crônicas e me propus relatar conversas não concluídas do meu dia. Falava com um aluno esses dias e a nossa conversa ficou ecoando na minha cabeça. Por ocasião da compra de um livro, lembrei-me da conversa agora às vésperas de decidir sobre o que escrever.

Eis que aplicava uma avaliação para averiguar o grau de aprendizagem do que havia sido objeto de estudo entre nós. E notei que o garoto havia lançado mão de recursos indevidos para responder a algumas questões. Quando percebi e me aproximei dele, logo se descompôs para rapidamente se recompor com um sorriso amarelo. Depois que entregou a avaliação notei que não havia acertado nem 1/5 das questões de múltipla escolha e, nas questões dissertativas, sequer entendia a própria letra. (Sim, pedi que lesse).

Pedi que ficasse até o final, para que pudéssemos conversar. Ele não hesitou e atendeu prontamente ao meu pedido. Quando estávamos apenas nós dois na sala, relatei o que eu (achei que) tinha visto. Ali, apenas entre mim e ele, não houve como não reconhecer a falha. Disse-lhe que, ao menos desta vez, não havia conseguido me enganar. Por conta disso, repassei-lhe perguntas: a quem está conseguindo enganar? Por quanto tempo? O que iria efetivamente conseguir a médio e longo prazo agindo daquele forma? Escutou o próprio silêncio, baixou os olhos, curvou a cabeça. Colocou a mochila nos ombros. E saiu.


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