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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Pra frente




Engraçado como as coisas vão se concatenando na cabeça da gente. Anteontem, se não estou enganado, escrevi sobre esperança; ontem escrevi sobre desdém. E é incrível como essas duas coisas estão interligadas. Na verdade, tudo está interligado neste mundo. E, como nós estamos ligados ao mundo, tudo também está interligado em nós. Até os assuntos. De fato, nada há de novo; o que há são apenas diferentes olhares, diferentes ângulos, diferentes relações que dão uma impressão de novo.

O sujeito que desdenha, bem no fundo, sente-se superior ao objeto desdenhado e considera poder tê-lo a qualquer tempo, a qualquer hora. Ao menos tem esperança de ser assim, dada a sua superioridade. O sujeito que espera, que se nutre de esperança, e se vê subitamente frustrado, muitas vezes faz o papal da raposa (da fábula de Esopo: a raposa e as uvas). Por não conseguir ter as uvas que tanto esperava, acaba desdenhando. Os sentimentos que partem de nós estão intimamente ligados.

Interligados também estão os sentimentos vêm em nossa direção. Na minha profissão - professor - cada ano é uma expectativa, é um quê de esperança que bate no peito insistentemente (ex-pecto) querendo mostrar que o bem maior está por vir. E a gente abre a porta do coração para conceder que entre aquilo que está fora. Que se apresente a nós como saborosas uvas a compor um banquete daqueles que gregos e romanos sabiam dar. Se o banquete não servir à nossa mesa e vier o sentimento de frustração para o peito que se abriu... paciência. São lados da mesma moeda. Interligados.

Pouco importa a ponta do que desfruta de interligação. Importa continuar indo. Hoje, por exemplo, vivenciei mais uma vez a experiência de ir para a frente. Minha filha, recém-maior na sua idade, me convidou para ir ao cinema. Ora, esta é uma experiência nova que vem se repetindo. E, pasme, me convidou para assistir ao filme Casablanca. Antiquíssimo, mas maravilhoso filme. Sim, esta jovem me chamou para ver um filme velho. Então: tudo interligado. Ela e eu. O novo e o velho. O que importa de verdade, não é ser novo ou velho, esperançoso ou frustrado. Importa seguir em frente.

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