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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Falta ou fartura de combustível



Teve uma vez que eu estava indo buscar uma filha minha em casa, depois de deixar a outra na Cultura. Como eu tinha um intervalo de 90 minutos para voltar e buscar a da Cultura, fiquei tranquilo. Explico por que o "tranquilo". Eu só tinha a quantidade da reserva de gasolina no tanque do carro. Porém o display me informava que eu ainda tinha uma sobrevida de 32km para rodar. Dava e sobrava para buscar uma filha em casa, buscar a outra na Cultura e ainda chegar em casa. Daria, melhor dizendo. Porque o mostrador estava errado. Logo após a primeira esquina, o carro parou.

Em princípio, esbravejei, me xinguei de irresponsável pra baixo, porque aquela havia sido a primeira vez que eu deixara o tanque de combustível chegar àquele nível tão baixo. Nunca gostei mesmo. Depois de passar o vexame, liguei para a filha e disse que me atrasaria. Resolvi o problema - que levou os 90 minutos certinhos e deu para fazer quase tudo que precisava. O tanto que eu aprendi com aquela situação para me precaver melhor contra a folga e a imprudência excepcional. Vejo como positiva a experiência porque ninguém saiu prejudicado. E eu ainda ganhei uma lição.

Isso me lembra dois alunos que, há alguns anos, devido ao seu pouco empenho escolar, perderam o ano. Repetiram. Reprovaram. A Direção da escola resolveu dar a mim a responsabilidade de acompanhá-los no ano seguinte, já que as famílias optaram por mantê-los no Colégio. Dediquei-me ao máximo aos dois e à família. A tal ponto que, os trimestres foram passando, e eles seguiam firmes sem qualquer recuperação. Ao final do ano, um prêmio pra mim, um orgulho pessoal. Na verdade, um orgulho profissional: ambos passaram de ano sem pegar sequer uma recuperação.

É assim: o problema que nos aflige em determinado momento, por maior ou menor que seja, não é ele em si mesmo o problema. Na verdade, ele é só um evento a mais entre tantos na nossa vida. O problema mesmo é o que fazemos com o problema. É o modo como reagimos a ele. É a opção por usá-lo a nosso favor, e não contra nós. É olhar para as portas dele como saídas, e não como clausuras limitadoras da nossa ação imediata e de nossas expectativas para a vida. Dependendo de nossa reação, os problemas podem ser a falta de combustível. Ou fartura de combustível, que vai nos dar a energia necessária para continuar.

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