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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Coroar-se




Ia eu hoje para um encontro, um almoço, que era meio de amizade, meio de negócios. E, não sei bem por que, ia me lembrando de uma cena que vi em Olímpia há poucos dias. Enquanto ia com minhas filhas para o famoso Parque Aquático, passamos por uma senhora, idosa mesmo, que fazia pedágio na avenida. Sim, pedágio, desses que fazem os recém-aprovados em exames vestibulares importantes. E ela segurava uma placa em que estampava: Psicologia - UEL. Havia sido aprovada no vestibular da Universidade Estadual de Londrina, para um ótimo curso. Estar ali era um coroação para ela.

E no meio do meu trajeto, como sempre, passei em frente ao prédio de um desses grandes cursinhos pré-vestibulares. A movimentação era intensa. Gente pintada para todo lado, estampando no próprio corpo o nome da Universidade em que haviam sido aprovada. Chamou-me a atenção uma senhora que saltava agarrada ao pescoço daquele que parecia ser seu filho, comemorando com ele um momento sublime de aprovação no vestibular. Era tanta a sua euforia, que de dentro do carro eu me alegrei com ela, por ver aquele garoto coroando um percurso, como se sabe, árduo.

E é assim, sem segredo que a vida se apresenta para nós nos mais diversos contextos. Quem chega à vitória e recebe "os louros" como gostavam os gregos, ou recebe a coroa como gostavam os romanos em épocas áureas, quem chega, enfim, ao momento de poder estampar na cabeça, no corpo ou numa placa de papelão nos faróis da cidade; que chega expor nas mídias sociais ou nos telefonemas, nos comunicados sorridentes de família a conquista da vitória, pode estar certo: lutou muito para estar ali. Lutou o quanto foi necessário e às vezes até mais do que era necessário, para poder coroar-se.

Não é de estranhar que alguém pense que é fácil. Não é de causar espécie o fato de pessoas se iludirem achando que tudo se resume àquele momento de comemoração. Os mais jovens, especialmente, precisam aprender que aquele momento de coroação é "apenas" o ponto final de uma história de muito suor, muita dedicação, muito desafio. Um momento que não começou uma semana antes, mas anos antes. É toda uma história de pequenas conquistas que resulta naquela coroa. Merecida coroa a ser estampada no corpo, nas ruas, no mundo. Uma história de luta que não termina como o Quincas Borba, que "coroou-se nada". 

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