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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

A arte de ser e estar



Conheci há poucos dias duas moças muito especiais, sobretudo, pelo que delas emana. Desde o primeiro momento já parecia que havia entre nós um conhecimento milenar, tal a tranquilidade e naturalidade com que fomos apresentados e com que começamos e demos prosseguimento à conversa. Claro que falamos de nós mesmos, nossos afazeres diários, pessoais, profissionais etc. Nessas idas e vindas, me vi conversando com duas artistas: uma que canta, outra que desenha (em) pedras preciosas.

A arte, de alguma forma, regou a conversa daquele dia e vem ecoando até hoje, quando voltamos a tocar o assunto e caímos novamente numa rápida e divertida definição de arte: "colocar um pouquinho de si mesmo em uma expressão visual ou escrita. É tentar desenhar um pouco dos seus micro-mundinhos". Mais: "é lapidar; seja uma pedra, um metal, um caminho, um texto, uma vida. A própria". E gostamos da definição que brotou da nossa conversa, que, longe de ser pedante, descabida, metida a culta, foi muito reveladora do quanto a arte nos rodeia dia a dia.

Mesmo nas coisas mais aparentemente exatas, como nos produtos arquitetônicos, existe arte. Mais do que um aspecto funcional e pragmático das vestimentas, nelas há um quê artístico que fala algo sobre que as utiliza. Até nos simples posicionamentos dos astros e estrelas que pairam sobre nossas cabeças diuturnamente, parece haver arte. O pôr-do-sol, as estrelas, a imensidão azul recheada de nuvens que parecem imitar Juan Miró, tudo na natureza é uma obra (prima) de arte. O sussurro dos ventos, o chiado das chuvas, os rompantes dos trovões, assim como os traços dos relâmpagos sobre a tela escura da tempestade parecem expressões artísticas.

Mas a arte maior, por certo, está tão estampada diante de nós e com tanta crueza que nos passa sem ser percebida. Em si mesma, a palavra "arte" é derivada do latim (Ars, Artis) e remete ao modo de ser ou de fazer. No grego, ela remete à técnica do fazer. Seja em um étimo, seja no outro, logo vemos que arte é o fazer e/ou o como fazer. E o que fazemos no nosso cotidiano com o nosso corpo, nossa voz, nosso modo de estar no mundo, superando limites, adornando nossos gestos e palavras para construímos um mundo melhor e mais belo, não tenho dúvida, é uma forma de arte. Uma self-made, uma instalação, uma exposição... 


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