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quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Saber olhar

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"Olho e não vejo nada" é um verso da música "Ando meio desligado", cantada pela Rita Lee - tanto recentemente quanto na época de sua banda inicial, os Mutantes. Muito interessante notar que existe diferença entre olhar e ver. Mais interessante ainda é a possibilidade que todos temos de olhar para tudo que estiver ao nosso alcance e vermos apenas aquilo que podemos ver - quando olhamos.

Isso me lembra o famoso versículo que se encontra na Carta de Paulo aos Coríntios, na qual ele diz "agora vemos em parte". E de fato, sempre vemos em parte. É claro que ele dizia que só veríamos plenamente quando estivéssemos na outra dimensão da vida - a eterna. No entanto, nesta vida terrena, material e circunscrita às nossas limitações, sempre vemos em parte.

Muitas vezes não vemos a realidade em sua inteireza por conta de problemas ligados à visão (ao olho especificamente ou ao nervo ótico - que conduz ao cérebro os estímulos captados por nossos olhos). Mas em outras oportunidades, mesmo desfrutando de visão perfeita, acabamos vendo de modo defeituoso, parcial, limitado. Isso se dá porque entre os que os nossos olhos captam e o que o cérebro interpreta tem um longo caminho, que está ligado às crenças, às expectativas, às emoções e a tantas outras variáveis, que só comprovam o quão complexo e delicado é o ato de olhar.

Em meio às limitações que nossa condição nos impõe, há coisas boas. Podemos nos educar a olhar para ver mais e para ver melhor. Temos a possibilidade de selecionar e de direcionar a atenção para o que queremos ver. Nesse sentido, entre o que me faz bem e o que não me faz, eu posso escolher. Entre o que me traz esperança e o que me limita, eu posso escolher. Não significa ignorar a existência do que não é bom, mas dar às coisas a atenção que lhes é merecida, conforme o bem o mal que podem despertar em mim. Para certas coisas, eu olho e não vejo nada ou vejo de forma diferente. E, em outras, nas quais muitos não veem nada, eu fixo o meu olhar.

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